A importância da rotulagem adequada de alimentos

 

Você descobre que tem alergia à proteína do leite de vaca. Além de tratar os sintomas, chega a hora de encarar com outros olhos a alimentação. O leite de vaca será jogado para escanteio e você aproveita a oportunidade para descobrir produtos novos e alternativas. Chegando no mercado, como você saberá o que tem leite ou não? Se aquele produto sem lactose tem 0% de leite? É a partir desta pergunta que começamos a entender a importância da rotulagem adequada de alimentos.

Mas isso não se aplica somente aos alérgicos à proteína do leite. O mesmo vale para intolerantes à lactose, diabéticos, alérgicos a frutos do mar, hipertensos, pessoas com colesterol alto ou, simplesmente, interessadas em levar uma vida mais saudável. Um bom rótulo leva a escolhas mais conscientes. Vamos entender o porquê.

 

A escolha dos produtos no supermercado

Como você determina que alimento vai levar para casa no supermercado?

Cada pessoa ou família tem uma resposta para essa pergunta. Pode ser pelo preço, pelo sabor, pela praticidade, pelos ingredientes, pelas calorias e por aí. São inúmeras opções. Algumas independem do rótulo, mas, a maioria, tem sua decisão de compra influenciada pelas letras, desenhos e números presentes na rotulagem.

Se você quer saber calorias? Rótulo. Proteína? Rótulo. Gordura trans? Rótulo. Carboidrato? Rótulo. Se tem açúcar? Rótulo também. Se tem traços de ovo? Olha lá, rótulo de novo.

Às vezes, no dia a dia, o foco fica somente no nome da preparação, no sabor e no modo de preparo, é verdade. Mas o importante é que, caso você queria mais informação, ela esteja ali, esperando para ser lida e interpretada.

Sem falar que, atire a primeira pedra, quem nunca se pegou surpreso por uma alegação no rótulo: 20% menos açúcar que a versão anterior, rico em vitaminas do complexo B, ideal para o seu café da manhã, mais fibras, menos sódio, sem glúten, sem lactose. A cada prateleira do supermercado encontramos uma frase diferente que desperta curiosidade.

supermecado

Tudo isso faz parte da rotulagem, nem sempre adequada, mas faz. Tudo tem um porquê de estar ali. Seja pela obrigatoriedade legal ou por ser uma estratégia de marketing. Seja para se destacar em um mercado competitivo ou tornar o produto mais atrativo. A rotulagem é um junção de ideias e dados importantes.

Você até pode pensar que não, mas a rotulagem desempenha um papel de destaque nas escolhas que fazemos no dia a dia. É a partir dela que decidimos se queremos ou não determinado produto, se investiremos ou não nosso dinheiro e saúde naquilo. Por esse motivo, a ideia é que ela seja o mais clara e transparente o possível.

 

O compromisso entre empresa e consumidor

Levando tudo isso em consideração, ao pegar um produto da prateleira e ler sem lactose você supõe que aquela informação é verdadeira. Se um produto alega ser diet, é porque é diet. Se diz ser sem gordura trans, é porque não tem gordura trans. A rotulagem não é conversa fiada de vendedor, ela representa o compromisso que a empresa tem de entregar um produto de qualidade para o seu consumidor.

Por meio da rotulagem, se transmite uma sensação de segurança e confiabilidade, criam-se vínculos. A ideia pode soar estranha, mas lembre-se que o rótulo também é comunicação. A empresa está passando uma mensagem e vai de você acolhê-la ou não.

Pensando por esse lado, a rotulagem pode ser dividida em três aspectos:

 

A parte afetiva

As cores, a fonte, a disposição dos elementos, tudo no rótulo passa uma mensagem. E essa mensagem deve criar um ponte direta com o público alvo da empresa. Se é voltado para o público infantil, embalagens coloridas e com letras grandes chamam atenção. Se é para o público vegano, os símbolos e as cores mudam.

Há também o fato de que muitos alimentos nos remetem a memórias afetivas, então, aquele pão de mel que tem na casa da avó, o biscoitinho de goiaba da casa da tia, aquela rosquinha de coco que marcou a viagem… Todas essas emoções são transmitidas pelo rótulo, pois é ele que identifica o produto.

A rotulagem transmite uma mensagem. Muito sabor, mais nutrientes, mais crocâncias, mais morango, mais amor, mais sustentabilidade. Essa linguagem envolve uma estratégia bem definida pela empresa, visando atingir a pessoa certa, na hora certa, no mercado certo.

 

A parte burocrática

Aqui entramos nas informações que não podem faltar em todo rótulo, aquelas que são a obrigação legal da empresa. Estamos falando do prazo de validade, a informação nutricional, a lista de ingredientes, o aviso de alérgenos, a designação de venda do alimento, o lote, a origem e por aí vai.

Se a empresa faz sua parte e desenvolve um trabalho de acordo com a legislação da ANVISA, o rótulo se torna o resultado de um processo bem conduzido. Essas informações obrigatórias, além de serem uma ferramenta de promoção de saúde e garantirem a segurança daquele alimento, refletem uma maior preocupação da sociedade em fazer escolhas mais saudáveis ou que estejam de acordo com seus ideais de vida.

Imagine só, comprar um produto sem a data de validade? Acreditar que um produto não tem gordura trans sem as informações nutricionais para verificar? Comprar um chocolate diet, que fala ser sem açúcar, sem ter a lista de ingredientes para olhar?
Burocracia Anvisa Rotulagem

A intenção da ANVISA é proteger o consumidor e muni-lo de conhecimento. É só lembrar do óleo vegetal sem colesterol. Uma pessoa leiga pode ler aquilo e imaginar que todos os alimentos têm colesterol. Mas aí chega a ANVISA e diz: pera lá, se você vai colocar essa alegação que, ao menos, embaixo esteja como todo produto de origem vegetal.

 

A parte prática

Temos, então, outras informações que são importantes para o consumidor. Todas elas, porém, devem ser comprovadas através de certidões oficiais, registros auditáveis ou ensaios laboratoriais. Você não pode dizer que o produto é rico em vitaminas, se não tem uma vitamina C na lista de ingredientes ou informação nutricional para contar história.

A parte prática é o que separa os públicos. Os veganos em busca de alimentos sem ingredientes de origem animal, os diabéticos procurando um chocolate dietético, a pessoa querendo um suco sem adição de açúcar, o intolerante à lactose atrás de um creme de leite sem lactose, enfim, públicos buscando características específicas que podem ser especificadas por meio do rótulo.

E agora, ficou mais claro por que a rotulagem adequada de alimentos é tão importante? Vale a pena contratar uma consultoria para fazer a rotulagem daquele seu novo produto ou, então, revisar os já existentes? Ah, e se você vende alimentos de produção caseira, seu negócio também não escapa, olha só este post sobre como rotular um produto caseiro.