Empreendedorismo com comida vegana

Cerca de 29,2 milhões de pessoas se declararam vegetarianas no Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo IBOPE, em 2018. Isso equivale a 14% da população! Em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro o percentual sobe para 16%. O empreendedorismo com comida vegana é, visivelmente, uma oportunidade de negócio que só tende a crescer.

Mas antes de entrar no mundo dos produtos sem nada de origem animal, é importante entender se esse nicho combina com você. Afinal, são muitas as especificidades que envolvem o empreendedorismo com comida vegana.

Acredite: um deslize e você perde toda credibilidade com esse público. Ao contrário do que muitos pensam, o veganismo não é uma moda. Pelo contrário, seus ideais são levados a sério pela maioria de seus adeptos. O que faz com que estes busquem produtos de empresas, realmente, envolvidas com a causa.

 

Aproveite o mercado em ascensão

Em 2012, somente 8% da população brasileira se declarava vegetariana. Em seis anos, houve um aumento de 72%. Em outros países, como nos Estados Unidos, o número de veganos dobrou entre 2009 e 2015, já no Reino Unido o crescimento foi de 360%, entre 2005 e 2015. Impressionante!

A mesma pesquisa do IBOPE, citada no início do texto, demonstrou que 55% dos entrevistados comprariam mais produtos veganos se houvesse uma identificação na embalagem. Isso significa que o empreendedorismo com comida vegana atinge um leque de pessoas maior do que se pensa.

Não é à toa que este é um mercado que cresce 40% ao ano no país. A população está cada vez mais preocupada com a origem daquilo que consome e quais são seus impactos no meio ambiente e vida animal.

empreendedorismo com comida vegana

Entenda que é um ideal, não uma dieta

Mas ao usar o veganismo como base do seu trabalho, tenha em mente o que representa o movimento. Não é apenas um grupo de pessoas que não consomem carne, leite, ovos ou mel. É um forte ideal que permeia escolhas diárias e hábitos de consumo.

Os veganos se preocupam com toda cadeia de produção. Para que determinado alimento seja considerado vegano, é importante que a empresa não realize testes em animais nem terceirize processos para empresas que o façam. Cada detalhe da cadeia produtiva deve ser bem pensado, a fim de excluir a exploração animal.

O público vegano também costuma ser bem envolvido com outras causas sociais, como feminismo e o movimento zero lixo. Ter preocupações como o material da embalagem e campanhas inclusivas faz toda diferença.

 

Descubra as dores desse público

Você acha que sabe o que pensa um vegano. Até se tornar um. Caso você não seja adepto do movimento, não tire presunções da própria cabeça. Converse com pessoas veganas, entre em grupos de discussão e tente, ao menos por um tempo, viver como se fosse um.

Quais são seus principais problemas? Suas preocupações? O que o vegano sente falta na alimentação? O que ele prioriza? Todas essas são perguntas que vão nortear o seu plano de negócios.

Vamos dar um exemplo, pensando que sua ideia de empreendedorismo com comida vegana envolve doces. Veganos costumam ter dificuldade de encontrar sobremesas em restaurantes convencionais. Sendo assim, uma das suas estratégias seria vender seu produto em estabelecimentos onívoros.

Outro exemplo seria com a produção de marmitas. Você vende praticidade, é o marketing do seu produto. Mas será que o vegano quer comer proteína de soja todos os dias ou prefere preparações que ativem sua memória afetiva?

Agora, se sua ideia é vender um junk food, algo industrializado, como você poderia diminuir o valor do produto, já que a maioria desses itens costuma ser caro? Ou, então, sua pesquisa mostrou que os veganos priorizam um cuidado maior na escolha dos ingredientes e percentuais de nutrientes, como cálcio, vitamina B12 e proteína?

Tenha um bom atendimento ao cliente

Veganos costumam ser bons investigadores. A maioria, antes de consumir um produto, envia à empresa uma lista de pergunta para saber se, de fato, aquele item é vegano. Tenha, então, uma equipe treinada para responder todas essas perguntas. Escolher se esquivar não é a melhor ideia para quem quer conquistar esse nicho.

 

Olha só algumas das perguntas mais comuns:

  • A empresa testa diretamente algum dos seus produtos em animais?
  • Faz a terceirização de laboratórios para realização de teste?
  • Faz parte de um grupo empresarial que adota testes em animais?
  • Possui algum fornecedor que realiza testes? Se não, como se certifica disto?

 

Tome cuidado com os achismos nutricionais

Nenhum vegano vai morrer por falta de proteína, cálcio ou ferro. Antes de entrar no mundo do empreendedorismo com comida vegana, vale a pena investigar sobre a alimentação deste grupo e entender como é possível criar um produto nutricionalmente adequado.

No caso de leites vegetais, por exemplo, é interessante que eles sejam acrescidos de cálcio e vitamina B12. Já os alimentos que “imitam” carne, como os hambúrgueres, devem ter uma fonte proteica interessante, como soja, ervilha, lentilha ou feijão.

O reino vegetal é extremamente rico em cores, texturas, sabores e nutrientes. Ao invés de criar um produto rico em corantes, aromatizantes e aditivos químicos, por que não explorar o potencial dos alimentos?

Por esse motivo, é bem interessante ter uma nutricionista na equipe. Assim, além de uma orientação a respeito dos aspectos nutricionais, você terá uma rotulagem adequada, de acordo com a legislação, e garante que seus processos sejam seguros do ponto de vista higiênico sanitário. Porque seja vegana ou não, toda empresa deve seguir as recomendações da ANVISA!

O empreendedorismo com comida vegana é um caminho certo para aqueles que acreditam nas transformações por meio do alimento. Investir nesse público significa aumentar a visibilidade do movimento e incentivar o respeito às escolhas alimentares da população, reafirmando a importância da ética no prato.

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