Mitos sobre alimentação vegetariana

No Brasil, 14% da população se declarou vegetariana em 2018, um crescimento de 75% em relação a 2012. No mesmo ano, dados da Forbes mostraram que 70% da população mundial está diminuindo o consumo de carne. Não dá para negar: o veganismo e o vegetarianismo não são uma moda passageira. Mas mesmo com o aumento crescente no número de adeptos, existem ainda muitos mitos sobre alimentação vegetariana. 

Neste post, elencamos alguns deles para desmistificá-los de vez e mostrar que é possível ter uma alimentação vegetariana saudável. Ao final da leitura, você nunca mais irá perguntar “mas e as proteínas?” para um vegetariano, garantimos.

1. Veganos e vegetarianos só comem alface

Alface também faz parte da alimentação desse grupo, afinal, quem não gosta de uma saladinha de pepino, alface e tomate? Mas as opções não param por aí. Ao excluir os alimentos de origem animal da dieta, sobra ainda todo o resto. E o que seria esse “resto”? Todos os legumes, todas as verduras, todos os cereais, todas as frutas, todas as leguminosas, todas as oleaginosas…

Para derrubar de uma vez esse mito, dá para contar praticamente nos dedos os alimentos que são de origem animal (não seus subprodutos!): carne vermelha, peixe, aves, ovo, leite, mel… E os de origem vegetal? Agrião, rúcula, almeirão, repolho, arroz, quinoa, cevada, aveia, feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, tomate, abóbora, abobrinha, alho, cebola, abacaxi, mexerica, uva, melão, melancia e por aí vai.

2. Quem não come carne, tem anemia

Qualquer pessoa pode desenvolver uma anemia ferropriva (por deficiência de ferro!), consumindo carne ou não. É uma questão de manter uma dieta equilibrada e ter um organismo com funcionamento adequado. Os vegetarianos, por exemplo, aumentam a ingestão de feijão na dieta, o que também aumenta o aporte de ferro. Mas além do feijão temos outras fontes importantes como melaço de cana, couve manteiga, brócolis, semente de girassol, farelo de trigo, spirulina…

Os vegetarianos, normalmente, também incluem mais frutas no dia a dia, logo ingerem uma quantidade maior de vitamina C, que auxilia na absorção desse ferro. O consumo de 75 mg de vitamina C aumenta de três a quatro vezes a absorção do nutriente.

3. Quem não toma leite, tem maior risco de osteoporose

Ihhhh… A ideia de que o leite é um alimento saudável para os ossos é refutada há tempos. Estudos indicam que os países que mais consomem leite de vaca são justamente os que apresentam maiores taxas de osteoporose e fraturas no quadril.

Existem vários leites vegetais enriquecidos com cálcio e fontes alimentares significativas, como: tofu, tremoço, gergelim, couve manteiga, figo, semente de linhaça, espinafre, amêndoas, brócolis… O que não faltam são opções.

Vale lembrar que uma boa absorção de cálcio depende de bons níveis de vitamina D no organismo, sendo que boa parte da população tem deficiência desta vitamina. Por isso, seja vegetariano ou não, fique de olho nos seus exames de sangue!

4. Não existe proteína no reino vegetal

Esse mito é o mais fraco de todos. Proteína é o que não falta no reino vegetal! A história de “proteínas de alto valor biológico”, usada para dizer que a carne é uma proteína completa, não é o termo mais atual quando falamos sobre o tema. Hoje, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação preconiza o PDCAA, uma relação entre digestibilidade da proteína e seu teor de aminoácidos. Com esse método, a proteína de soja tem a mesmo qualidade da proteína animal, como um bife.

Os feijões, igualmente, são uma ótima fonte de proteína vegetal e ao serem combinados com cereais, como aveia, quinoa, cevada e arroz, se complementam em relação aos aminoácidos essenciais. As leguminosas têm menos metionina, que encontramos nos cereais, enquanto os cereais têm menos lisina, que encontramos nas leguminosas. 

Acontece que você não precisa que um único alimento tenha todos os aminoácidos em quantidades adequadas. Você pode e consegue atingir a recomendação diária distribuindo os aminoácidos ao longo do dia, usando vários alimentos.

5. Veganos e vegetarianos não engordam 

Qualquer pessoa vai engordar se não tiver uma alimentação equilibrada. A carne é, sim, um alimento calórico, com uma grande quantidade de gordura, assim como o ovo, leite e seus derivados. Mas um vegetariano pode substituí-la por farinha branca, batata, arroz, macarrão, bolachas e pães e acabar ganhando peso ao invés de perder.

Se o vegetariano for uma pessoa com compulsão por doces, também vai ter um aumento de peso ao longo do tempo. Se consumir muito fast-food, a mesma coisa. Não se engane pensando que o vegetarianismo é uma dieta para emagrecer, ele é, na verdade, um estilo de vida que visa diminuir a exploração animal, apenas. Vai de você ser um vegetariano saudável ou um vegetariano que só come junk food.

6. Comida vegetariana é muito cara

Isso se você se alimentar de industrializados exclusivamente. Como há uma menor demanda, por exemplo, de um hambúrguer vegetal comparado a um animal, é claro que ele será mais caro. Agora, se você mantém uma alimentação com foco nos produtos in natura, é impossível que uma alimentação vegetariana seja mais cara que a onívora.

É só comparar: quanto é o quilo da carne e quilo da banana? Quanto é um repolho e quanto é um frango inteiro? Quanto custa 100g de queijo parmesão e quanto custa um pacote de arroz? De uma forma geral, os alimentos de origem animal são mais caros que os de origem vegetal. Mas como focamos apenas no industrializados, temos essa ideia equivocada de que a alimentação vegetariana é mais cara.

Esses são só alguns dos principais mitos sobre a alimentação vegetariana. Lembre-se que na nossa cultura comer alimentos de origem animal é algo comum, logo, é normal que dietas como o vegetarianismo causem certa estranheza. O importante, porém, é respeitar a escolha das pessoas e entender que, caso esse seja seu desejo, é totalmente possível.

Se você ainda tem dúvidas e quer esclarecer outros mitos sobre alimentação vegetariana, venha conhecer o Nutri Mix Espaço Saúde. Estamos te esperando!